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Mamãe Boho

A saga de um corpo que muda e nada mais faz sentido

Hoje estava conversando com uma amiga sobre as mudanças do meu corpo e como tem sido difícil me vestir... Pensei sobre o ritual diário de se arrumar...




Como Afrodite nos ensina, há algo de mágico em vestir-se, embelezar-se, escolher um visual. Quando fazemos isso, olhamos para nós mesmos, escolhemos nossa forma de nos apresentarmos ao novo dia e ao mundo. Mas e quando não estamos nos sentindo naturalmente inspiradas?


Sabe, por conta da minha história na moda, eu já refleti muito sobre beleza, autoestima e autoimagem (inclusive te convido a conhecer essas conclusões em maior profundidade no meu Guia de Afrodite.)


Entendo o ritual diário do vestir como uma forma de se ver e se mostrar ao mundo, comunicar visualmente como nos sentimos naquele dia... Aí pensei sobre o look que vestia naquele dia: um moletom velho cheio de bolinhas herdado da minha mãe, e uma calça velha (também herdada de uma amiga) que já nem me serve direito. Pensar sobre isso me fez perceber que estou me mostrando como alguém que desistiu... kkkk



A gravidez mexeu tanto comigo internamente que eu nem percebi o tanto que ela havia mexido com meu corpo!


Minha Afrodite interna anda muito pistola com os meus hábitos. Rs. Tudo bem há momentos na vida que queremos e precisamos nos resguardar em nosso casulo, mas agora vejo que toda essa introversão e até desleixo não está me fazendo bem não. ‘Certo!’ Pensei animada, ‘hora de me cuidar e me arrumar.’!


O problema: nenhuma roupa mais me serve e também parecia que não faziam mais sentido... aí começou toda uma crise de identidade (ou uma crise fashion como diria minha prima) ...



Como eu vou escolher me apresentar ao mundo se no momento já não sei mais quem é essa pessoa que eu quero apresentar?

Diante dessa questão pensei sobre as deusas, sobre seus significados arquetípicos relacionados a maternidade e claro que a princípio pensei em Deméter... Na minha imaginação, uma mãe viraria automaticamente (e rapidamente) uma Deméter luminosa, alegre, plena com a maternidade, vivendo o grande momento de sua vida...


Obviamente não me sentia assim.

Se eu não me sinto Deméter, me sinto como? Qual será a deusa que está guiando esse momento da minha vida?


Pensei sobre os símbolos principais das deusas, me sinto guerreira? racional? social? Percebi que me sentia introspectiva e profunda, até aí nenhuma novidade, pois Perséfone é uma deusa dominante em minha Psique... mas era algo diferente, ainda mais profundo...


É como se seu aspecto maduro de rainha das profundezas tivesse desperto por completo e agora o oculto, o obscuro e o mágico se escancarassem para mim. A maternidade está trazendo maturidade a esse arquétipo. Meu corpo em um momento divino de gerar a vida me faz sentir o aspecto feiticeira desse arquétipo mais do que nunca. Curioso não? Totalmente diferente do que eu imaginei de como seria me tornar mãe.



Estilo Rainha das Profundezas

Depois que a ficha caiu pensei, como não sentir essa deusa num momento de profunda transformação como esse? Claro, fez todo sentido que Perséfone se pronuncie.


Então decidi que nessa jornada de recuperar a minha autoestima e fazer as pazes com meu novo momento e novo corpo vou usar as ferramentas de estilo para auxiliar nesse processo.


A moda e a beleza são ferramentas de conexão com nós mesmos, com lados que queremos aflorar, especialmente se nos vestimos para nos sentirmos, nos vermos (e não para os outros).


São ferramentas de ativação, prova disso é: ouvir atores falando sobre construção de personagens. A primeira coisa que eles fazem para sentir o arquétipo é a construção do figurino.


E porque não abraçar a mudança e transformação e a mudança como um estilo? Como seria um estilo Perséfone mãe, e como isso se combinaria ao meu estilo? Para responder essas perguntas decidi ir para as minhas pastas do Pinterest para pensar. Com Perséfone forte somos totalmente visuais e esse exercício é fundamental para mim, se você nunca experimentou recomendo!


Embora eu adore o lado meigo de Perséfone, rosa, babados, jardineira e tal, percebi que as minhas referencias traziam muito o lado mais dark.


A dualidade é uma das principais características de Perséfone, pois se formos só meiguice somos koré e se formos só profundezas... bem, aí já é departamento de outra deusa, Hécate é a deusa das sombras.



Estilo Boho

Certo, temos o primeiro elemento de estilo, a dualidade, mas essa minha pesquisa inicial trouxe referências de um perfil mais garota e eu queria algo mais maduro que tivesse a ver comigo de uma forma mais geral.


Me lembrei do estilo boho e boho chic que é algo que já uso bastante e que chegou até mim não tanto pela personalidade, mas pelo meu biotipo mesmo.


A princípio era algo que não me chamava tanto, mas como eu percebi que funcionava com a minha essência corporal eu fui incorporando mais ao meu estilo que traz uma essência despojada e natural. (se você quiser saber mais sobre estilo e biotipos pode me escrever, que eu trago mais conteúdos sobre o assunto! Eu também tenho um trabalho de consultoria que você pode conhecer aqui.)


Esse estilo tem tudo a ver com o aspecto mais místico de Perséfone e eu quero te contar por que...


É um estilo que começou no século XIX (embora pareça novo) e em sua origem começou como algo que ia além da forma de se vestir, mas era uma nova proposta de estilo de vida.

“O estilo de vida boêmio é adotado por uma parte da comunidade artística parisiense. Este grupo de artistas repudia o estilo de vida convencional da sociedade. Em vez disso, eles buscam inspiração no estilo de vida nômade e alegre dos ciganos da região da Boêmia (República Tcheca). Desta forma, os boémios afastam-se dos convencionalismos e optam por uma vida mais austera e afastada das regras sociais, tanto na atitude como no vestuário.”

https://molycata.com/boho-style/amp/


Certo, agora você deve estar se perguntando como eu relaciono isso com Perséfone certo?


Eu vejo traços desses arquétipos em seus aspecto místico e criativo, já que Perséfone fala sobre o oculto e sua criatividade vem de seu mundo interno. A cultura cigana traz fortemente esse tom para o estilo. Também esse aspecto mais rebelde que está na raiz do estilo tem muito a ver com o aspecto oculto desse arquétipo.



Não existe um estilo único, mas tudo ao redor do boho goza de liberdade. O boho é inconformista e criativo. Ele não é um seguidor de massas, mas busca seu próprio caminho crítico e criativo.

Com o passar do tempo o estilo foi se modificando saindo do mundo das artes e tornando-se uma tendência de estilo de vida e moda. Tem em sua essência a liberdade (algo que me identifico demais). É por isso que na década de 70, com o movimento hippie e ascensão da cultura oriental no ocidente o estilo ganhou tamanha força e os elementos dessa década passaram a integrar oficialmente o estilo.


Hoje pode-se dizer que esse estilo contempla vários: folk, romântico, boêmio, étnico, cigano, punk, hippie-chic e vintage com fortes referências visuais da década de 1970.


É caracterizado pelo aspecto despojado, sobreposições, misturas de estampas, elementos místicos e étnicos.


Peças características desse estilo hoje são as saias longas, batas, blusa ciganinhas, vestidos fluidos, longos, kimonos, botas western, rasteirinhas, chapéus floppy, calças flare e saruel.


Os tecidos utilizados são normalmente naturais e sendo assim um estilo que busca uma estética mais rústica e natural, vemos muitas peças artesanais e uma mistura de crochê, renda, couro e camurça. Muitos acessórios e cores intensas inspiradas na natureza.


Gostei, e você?

Acho que este é um bom ponto de partida para a minha saga de um corpo que muda e nada mais faz sentido...

Agora como tudo isso vai rolar com todo esse barrigão, é o que pretendo compartilhar com vocês nas próximas semanas.




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Prazer, eu sou a Mani!

Eu escrevo sobre o feminino e os arquétipos como ponte para o autoconhecimento e ferramenta de marketing para marcas e imagem pessoal.

 

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