A Valente Angelina Jolie
- Mani Milani
- 17 de jun. de 2022
- 5 min de leitura
Pesquisando sobre as mulheres famosas que tem esse arquétipo predominante, me deparei com Angelina Jolie. Sou super fã do trabalho dela e acho que ela é uma das mulheres mais lindas que eu já vi.
E eu não sou única com essa percepção, ela foi eleita a mulher mais linda do mundo por diversas mídias diferentes e também foi considerada uma das mulheres mais sexys e poderosas do mundo, porém, não foi sempre assim.
Se preferir você pode assistir ao vídeo aqui:
Em sua infância e início da adolescência ela sofreu muito bullying por ser muito alta, boca muito grande, olhos esbugalhados, ser muito magra e, se repararmos bem, ela tem mesmo todas essas características, por isso eu acho fascinante assistir Angelina e ver o poder e beleza que ela entrega estando totalmente em seu corpo assumindo todas as suas características.
Essa autoconfiança e força são capazes de nos fazer rever os nossos padrões estéticos pautados na proporção clássica e perceber algo diferente como mais bonito.
Beleza tem a ver com autocuidado, autoconfiança, autoaceitação e prazer, vai muito além de proporções como nos mostram tantas celebridades que são diferentes.
Tudo bem que beleza não é exatamente o tema de Ártemis, mas Angelina também tem Afrodite entre seus arquétipos dominantes, então não consigo deixar de notar toda essa independência e autenticidade comunicada esteticamente também, seus traços marcantes e sua essência Magnética são um exemplo de identidade e personalidade, também sua linguagem corporal, suas escolhas de cenas e fotografia.

"Eu não me sinto intimidada pela percepção dos outros em relação a mim”, Angelina Jolie
Javalina
Atriz, cineasta e ativista, como uma boa Ártemis, essa mulher Valente coleciona realizações. Recebeu várias indicações e premiações no cinema, incluindo Globo de Ouro e Oscar. É considerada uma das pessoas mais poderosas e influentes na indústria do entretenimento e usa toda sua influência em diversas causas humanitárias, sendo inclusive embaixadora da boa vontade pela ONU.
Como vocês podem imaginar, essa Valente percorreu uma longa jornada e enfrentou diversas batalhas (primeiramente internas e depois externas) até chegar nesse ponto.
Angelina, para mim, é um grande exemplo de autoconhecimento e autoaceitação, alguém que se permitiu sentir tudo o que sentia e usou isso ao seu favor, por isso esse é o nosso estudo de hoje.
Sua história é bastante peculiar desde o início, uma das coisas que me chocou logo de cara foi o fato de ela viver seus primeiros 3 anos de vida separada de sua mãe, na mesma casa, porém em um comodo separado que foi apelidado torre de marfim.
Sua mãe e pai viveram uma separação dramática, o pai saiu de casa logo após seu nascimento e a mãe sentiu repulsa pela filha, por isso Angelina Jolie Voight viveu a maior parte do tempo cuidada pelas babás e separada de sua família.
“Em Angelina - Uma Biografia Não Autorizada, Morton - Com base no depoimento de uma babá, o autor conta que, depois que o pai de Angelina saiu de casa para morar com uma amante, Marcheline (mãe de Angelina) levou o berço branco da filha para um apartamento vazio, que Voight mantinha no mesmo prédio. Essa era a 'torre de marfim' em que Angelina viveu por mais de um ano, com um grupo aleatório de babás cuidando dela 24 horas por dia. Sozinha, num quarto sem mobílias nem brinquedos, Angelina passou meses, separada do irmão, James Haven, e sendo ignorada pela mãe”, gauchazh.clicrbs.com.br
Eu fiquei chocada com essa história, parece até conto de fadas, não acham? Bem, esse isolamento com certeza deixou sequelas na pequena Angelina, ser rejeitada pela mãe é algo que traumatiza profundamente como nos mostra a história da Frida, nosso estudo de caso do arquétipo de Héstia.
Sua relação com o pai também não foi das melhores e as histórias que mostram os jornais é que ela escolheu retirar o nome dele de seu nome. Angelina teve muitos problemas também na sua infância e adolescência, teve anorexia, problemas com drogas e autoflagelação. Ela se sentia muito atraída pelo sombrio. Esse lado bruxa de Ártemis estava nela e talvez fosse um pouco pesado para a jovem aprender a lidar com tudo isso tão cedo.

Uma virada que achei muito interessante nesse momento problemático de sua história, foi que ela pediu aos pais para entrar numa classe especial no colégio com outros alunos que estavam tendo problemas, pensei, mesmo fora do controle ela estava no controle.
"Ela era impaciente no colégio e estava tirando notas ruins, então ela disse eu quero ir para a sala especial, que era para as crianças que estavam indo muito mal... Eu disse, tem muita gente problemática nessa sala muitos alunos que usam drogas e tal, e ela disse, tranquilo, já passei por tudo isso", fala de seu pai Jon Voight
Demorou um tempo para ela conseguir entender toda essa sua potência e de fato se apropriar dela. Nesse meio tempo ela teve tentativas extremamente destrutivas em relação a si mesma.
Se envolvia com pessoas que não lhe faziam bem, usava drogas pesadas e chegou ao ponto de, pasmem, contratar um assassino de aluguel para assassinar, sabem quem?! Ela mesma! Foi o próprio assassino que olhou para ela e disse “pense bem, se realmente quiser fazer isso eu volto em 1 mês”. Ainda bem que ele deu um tempinho para ela pensar!
Parece filme né? Mas está aí um bom exemplo onde a realidade é mais louca que a ficção.
Na história de Angelina, vi muito essa questão visceral que Ártemis traz. Olha só, na adolescência desenvolveu um fascínio por facas, sangue e tudo que tivesse ritual envolvido. Eram seus instintos se comunicando com ela. Através da arte ela conseguiu trazer todo esse conteúdo para a luz e entregar para nós reflexões profundas escondidas nas cenas de pancadaria.
No começo de sua carreira de atriz, seu plano B era virar gerente de funeral, "parece algo tenebroso e excêntrico para se fazer na vida (...), mas, talvez existam outras maneiras de falar sobre toda essa ideia de como as coisas findam e como uma família lida com isso e o que é morte de fato (...)”, Angelina Jolie
Angelina continua tendo altos e baixos, principalmente com seu problema de anorexia, porém me parece que ela tem uma força interna muito entranhada que a faz reviver das cinzas diversas vezes. Ela conquistou muitas coisas, se realizou como mãe e tenta transformar o mundo num lugar melhor.
Pensando nisso me lembro de um filme no qual ela atuou, onde também temos uma garotinha que cresceu isolada e anestesiada, em Malévola sua atuação é fantástica e muito autêntica e me fez repensar vários conceitos que restavam bastante duais na minha visão infantil dos contos de fadas.

O filme mostra quem de fato é a Malévola, uma maternal bruxa, protetora dos seus, conectada com a natureza e muito diferente dos pacatos cidadãos do reino. Pergunto-me hoje se toda essa compreensão que ela traz no filme vem de uma saudável recuperação e acolhimento que ela conseguiu fazer com a própria mãe.
Você sabia que no filme Tombie Raider, Angelina Jolie gravou todas as cenas de ação? Sabe aquela parte que você pensa que foi dublê? Pois é, com essa Valente não tem isso não.

Da mesma forma, uma Ártemis no mercado de trabalho não mede esforços para chegar em seus objetivos, não se amedronta por homens mandões e se tiver muita ação e competição, melhor ainda.
Valente de causas
O lado doce da mulher Valente é fraternal com homens e mulheres e defende com unhas e dentes o seu coletivo. Por isso é comum vermos Ártemis atuando como advogada de causas minoritárias, ela sente o impulso de proteger aqueles que considera frágeis de alguma forma.
“Ártemis representa as qualidades idealizadas pelo movimento feminista”, Jean Shinoda
E aqui uma última curiosidade sobre Angelina que anunciou que só se casaria oficialmente com Brad Pitt depois que o casamento homoafetivo fosse legalizado em todo os EUA e assim o fez.

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